Grupo de Mulheres do Espírito Santo se reúnem para coibir a violência doméstica.
Foi constatado que os casos cresceram nos últimos 2 anos.
As estatísticas de violência contra a mulher estão impressionando cada vez mais: de 2017 para o ano passado, cresceram muito os casos de feminicídio, tanto quanto os de agressão doméstica, nos mostra o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A cada 120 segundos uma mulher passa por agressão em casa.
Essa apuração costuma ser pesquisada levar em consideração a etnia e a formação acadêmica das vítimas, no entanto coloca ao lado uma informação enfática da equação: a ligação entre a agressão doméstica e a crença religiosa dessas mulheres.
A teóloga Valéria Cristina Vilhena, desenvolveu um dos poucos trabalhos a respeito do assunto que publicou no livro “A igreja sem voz- análise de gênero da violência doméstica entre as mulheres evangélicas” do ano de 2016.
A pesquisa, feita na Casa Sofia, lugar de acolhimento que fica na cidade de São Paulo, apresentou que 40% das mulheres foram vítimas de violências corporais ou verbais em suas próprias casas se denominam evangélicas. No Brasil, os protestantes equivalem a cerca de 30% do país.
E querendo dar sentido real a esse tema, que 20 mulheres, entre pregadoras e líderes evangélicas de diferentes denominações, no estado Espírito Santo, começaram com um grupo de trabalho para discutir o tema nas entidades religiosas. O projeto recebeu o apoio da vice-governadora do estado, Jaqueline Moraes.
O trabalho iniciou no terceiro mês desse ano, propositalmente no mês da mulher. “Jaqueline convidou diversas instituições para debater o problema estrutural da violência contra a mulher. Conversando, percebemos a necessidade de falar sobre o tópico dentro da igreja”, revelou Andreia Bolzan, uma das compositoras do projeto, e também líder de célula da Igreja Batista, a qual faz parte desde criança.
“O propósito é conscientizar todos os envolvidos nesse tipo de situação: a vítima, o agressor e os filhos. É preciso discutir isso no âmbito religioso porque muitas vezes esses temas são tabus, e a negação de qualquer assunto impossibilita o tratamento.” Disse ela.